Igreja de São Domingos, Lisboa
A igreja de São Domingos ainda exibe as cicatrizes do incêndio de 1959, como que a denunciar o palco de um dos acontecimentos mais abomináveis da história de Portugal.
No Domingo de Pascoela de 1506, uma multidão de católicos e marinheiros ancorados em Lisboa, acirrados pelos frades dominicanos, perseguiram, torturaram, mataram e queimaram na fogueira centenas de judeus por heresia. Alguns dos perpetradores deste massacre foram posteriormente presos e enforcados, a outros foram-lhes confiscados os bens. Quanto aos frades dominicanos, os principais responsáveis pelo massacre, foram também eles condenados à morte. No largo em frente à igreja existe hoje um pequeno monumento, erigido em 2008, em memória das vítimas do massacre de 1506.
A igreja original foi construída no século XIII por ordem do rei D. Sancho II e ampliada durante os reinados do rei D. Afonso III e D. Manuel I- em cujo reinado teve lugar o massacre descrito, nove anos após um decreto seu de expulsão ou conversão de todos judeus Portugueses.
A igreja foi por três vezes destruída: em 1531 por um incêndio, em 1755 pelo terramoto de Lisboa e novamente por um incêndio em 1959.
Após o terramoto de 1755 a igreja foi reconstruída no estilo Barroco sob a direção do arquiteto Carlos Mardel. Desde finais do século XVIII até 1959 esta era a maior e mais esplêndida igreja de Lisboa, onde decorriam todas as cerimónias religiosas reais.
Na sequência do incêndio de 1959 o edifício esteve encerrado durante muitos anos, só reabrindo em 1994, tendo sido recuperado apenas o teto e com muitos sinais do incêndio à vista, o que confere ao monumento um ambiente algo lúgubre.
Do lado esquerdo existe um altar dedicado a N. Sra. de Fátima e aos três pastorinhos.
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